- Reduzir consumo de energia dos equipamentos (em torno de 45%);
- Acabar com as quebras que exigiam trocas frequentes de peças para manutenção ou reposição, a um custo elevado;
- Obter menor custo de manutenção futura com os equipamentos modernizados, além de menor desgaste;
- Conquistar mais segurança e conforto, pela eficiência e modernidade, eliminando trancos em partidas e paradas;
- Dar precisão no nivelamento das paradas nos andares, independente da carga transportada;
- Introduzir melhorias estéticas com as trocas de botoeiras das cabinas (inclusive em braile) e dos andares;
- Eliminar ruídos e barulho, que reverberavam principalmente nos andares mais altos, incomodando os moradores;
- Atualizar os equipamentos em relação à legislação e novas normas de
segurança e acessibilidade (painel com braile, corrimão etc.);
- Substituir a iluminação por LED; e,
- Obter valorização patrimonial (entre 10% a 15% do preço anterior do
imóvel) com a consequente modernização de um prédio com quase três
décadas de vida.
Em suma, os itens acima resultam em ganhos de eficiência, segurança e
economia de energia, conforme muito já se tem falado sobre os
benefícios da modernização dos elevadores. Mas um aspecto que chama
atenção, e que impõe sentido de urgência aos prédios que ainda não
modernizaram esses equipamentos, está na necessidade de cumprir com os
quesitos da norma ABNT NBR 15.597:2010, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Segundo o sindicato das prestadoras de serviços do
setor em São Paulo, o Seciesp, ela estabelece regras para melhoria da
segurança dos elevadores preexistentes à edição desses parâmetros, ou
seja, dá o norte das adequações necessárias. Já a ABNT NBR NM 207:1999
define os quesitos para os equipamentos fabricados e instalados
posteriormente a essa época.
Quanto aos antigos, Luciano Gennari destaca que "os síndicos muitas
vezes se esquecem ou mesmo não sabem de sua responsabilidade civil e
criminal; um elevador antigo, provavelmente com desníveis na cabina,
traz sérios riscos de acidentes". No Flamboyant, as reformas de ambos os
equipamentos incluíram a instalação dos itens de segurança não apenas
aos passageiros, mas também para os técnicos da manutenção, como
guarda-corpo no topo das cabinas. Além disso, agregaram serviços como:
- Troca de painel de comandos com estacionamento preferencial
programável: "Após um minuto sem que haja chamadas, automaticamente o
sistema desloca o carro para o térreo";
- Detecção de botões de chamadas defeituosas: "Em caso de falha
mecânica em que o botão fique acionando a chamada ininterruptamente, o
sistema passa a ignorá-la até que seja restabelecido o seu funcionamento
normal, evitando viagens desnecessárias";
- Proteção contra chamadas falsas: "Se alguém apertar todos os botões
dos andares, após três paradas consecutivas, o comando as cancela". "Em
resumo, é uma tecnologia embarcada através de recursos de software
(programas) e hardware (equipamentos)", resultante da troca dos quadros
de comando, botoeiras, entre outros, além da instalação, posterior, de
um kit anti-surto.
Para o síndico Gilberto Hitochi Ishida, do Condomínio Edifício
Leonardo da Vinci, da região da Saúde, em São Paulo, a modernização se
torna inevitável quando os equipamentos começam a apresentar problemas
frequentes e exibem obsolescência. Com dois blocos, oito andares e 64
unidades, o prédio de 37 anos dispõe de dois elevadores e acaba de
concluir a repaginação dos equipamentos, a um custo de R$ 140 mil cada.
As máquinas tinham índice elevado de quebras, se encontravam inadequadas
às normas de segurança e provocavam muito desconforto nas viagens.
Os trabalhos foram executados entre janeiro e maio deste ano.
Analista de sistemas, o síndico conta que a reforma foi total, com troca
das máquinas, dos comandos e embelezamento das cabinas. Os serviços
compõem um processo mais amplo de modernização do edifício, que passou
por retrofit elétrico, pintura, implantação de sistema de reuso d'água
da chuva e, agora, verá o início da reforma dos halls (com troca do
piso) e do salão de festas e de jogos. Segundo Gilberto, as intervenções
impactaram na valorização dos apartamentos, cuja avaliação se situava
em um patamar inferior aos preços médios de mercado.
ADEQUAÇÕES DE SEGURANÇA SEGUNDO A ABNT NBR 15.597:2010
Por
Antonio Luiz Caldeira (Engenheiro de Controle de Automação )
A norma ABNT NBR 15.597:2010 deve ser usada como orientação para que:
a) Autoridades competentes determinem um programa de intervenção,
passo a passo, estabelecendo prioridades com base no nível de risco dos
elevadores (por exemplo: extremo, alto, médio e baixo) e também se
considerando as condições socioeconômicas;
b) Os proprietários cumpram com suas responsabilidades de acordo com regulamentos existentes;
c) As empresas de manutenção e/ou o organismo de inspeção informem
aos proprietários sobre os níveis de segurança de suas instalações;
d) Os proprietários atualizem os elevadores existentes de forma voluntária, considerando esses riscos.
A norma inclui melhorias de segurança de elevadores de passageiros existentes para:
a) Usuários;
b) Pessoal de manutenção e inspeção;
c) Pessoas fora da caixa, casa de máquinas, casa de polias (em sua vizinhança imediata); e,
d) Quaisquer pessoas autorizadas.
Principais itens a serem observados
• Protetor de polia de tração;
• Protetor de polia do limitador de velocidade;
• Guarda-corpo no topo da cabina;
• Escada de acesso ao fundo do poço;
• Botoeira de inspeção;
• Luz e alarme de emergência na cabina;
• Iluminação do passadiço (poço) do elevador;
• Luz de emergência da casa de máquinas;
• Barreira eletrônica; e,
• Quadro de força de acordo com a ABNT NBR 5.410:2004.
Muitos itens de segurança no elevador devem ser analisados e verificados conforme os riscos, devendo-se agir da seguinte forma:
- Paradas imediatas para correção em caso de risco extremo;
- Correções em curto prazo em caso de risco alto;
- Correções em médio prazo ou juntamente com a reforma ampla em caso de risco médio; e,
- Correções em longo prazo ou juntamente com a reforma do componente relacionado sendo considerado de risco baixo.
A norma NBR 15.597:2010 trabalha em paralelo com a ABNT NBR NM
207:1999 e uma avaliação profissional deve ser necessária para verificar
os riscos nos elevadores.
Na prática, isso representa que:
-
Em prédios com 30 a 50 anos ou mais: Devido à
baixa exigência de segurança nessa época, é preciso que sejam adequados a
todos os itens da NBR 15.597, pois muitos de seus elevadores estão
funcionando de forma precária; e,
-
Em prédios com menos de 30 anos e com modernização parcial feita há cerca de dez anos:
É necessária a adequação a algumas normas, especialmente para
elevadores antigos que foram reformados antes da primeira edição da
norma, em 2008. Mas intervenções feitas após esta data também costumam
apresentar pendências em relação à norma.
Trinco das portas
Um item de especial importância é o trinco em porta de eixo vertical,
acionada manualmente. Não se deve, em hipótese alguma, anular esta
segurança, sob pena de se causar acidentes graves e até fatais. O trinco
impede a abertura manual da porta quando o elevador não se encontra no
andar.
Anular qualquer item de segurança do elevador em
funcionamento pode provocar danos ao equipamento e até mesmo a morte,
seja do usuário ou do técnico de manutenção.
Zeladores
Nesse sentido, os zeladores têm um papel fundamental, solicitando de
imediato serviços corretivos em caso de defeitos, acompanhando a
manutenção preventiva mensal e comunicando qualquer item que esteja em
desacordo (como desnivelamento, botoeira falhando, indicador de posição
com defeito, vazamento de óleo, ou seja, defeitos visíveis aos olhos dos
usuários). Cabe a eles, por fim, verificarem o cumprimento ou não do
checklist de manutenção periódica, observando se os serviços foram
realmente executados pelo técnico da empresa responsável.
FLAGRANTES DO DESLEIXO NA MANUTENÇÃO
Consultor da área de riscos em condomínios, egresso do segmento de
seguros, Carlos Alberto dos Santos costuma vistoriar as edificações para
identificar falhas e propor ações corretivas que previnam acidentes,
bem como a consequente penalização dos síndicos. No setor de manutenção
de elevadores, ele chama atenção para que esses gestores exijam que os
zeladores acompanhem a manutenção periódica realizada pelos técnicos das
empresas de elevadores.
"É preciso uma vistoria visual, que o síndico seja mais proativo e
verifique se as empresas estão cumprindo com as normas técnicas",
defende o consultor. Nos flagrantes registrados, Carlos Alberto
identifica vazamento de óleo em motores (Foto 1) e cabo de aço
desgastado (Foto 2), instalações elétricas precárias e polias sem a
proteção obrigatória (Foto 3) - "os técnicos as retiram e não as colocam
de volta, porque terão que fazer isso no mês seguinte". "Muitos
condomínios estão com problemas porque o zelador não acompanha a
realização dos trabalhos", afirma.
FORA DE NORMA E SEM COMUNICAÇÃO
Cabinas sem alarmes ou mesmo interfones, contrariando normas técnicas
da ABNT e também a regulamentação em São Paulo, Capital, são flagradas
com frequência pelo consultor Carlos Alberto dos Santos. "De que maneira
uma pessoa poderá se comunicar caso fique presa no elevador?",
questiona o especialista. "Muitas vezes existe o interfone, mas ele não
está ligado à portaria. Em outras situações, o interfone está fechado
num compartimento interno, sem identificação para o usuário." Falhas
nesses equipamentos são observadas não apenas em prédios antigos, como
nos novos, diz. Foto na página ao lado mostra cabina apenas com a base
do interfone, sem o fone. São flagrados ainda aparelho antigos sem
orientação para onde a chamada se destina; instalações antiquadas,
embutidas, com sistema de interruptor, mas sem instruções de operação.
"Há condomínios bem e malcuidados, independentemente da idade",
ressalta.
Matéria publicada na
edição - 213 - junho/2016 da Revista Direcional Condomínios